Quantas vezes não tiveram vontade de ter um botão onde fosse possível apagar todas as nossas memórias, boas e más, todas as nossas desilusões e momentos passados? Quantas vezes não tiveram vontade de fugir para uma ilha deserta onde ninguém vos pudesse encontrar, onde pudessem gritar e refugiar-se de tudo o que nos atormenta? Quantas vezes não tiveram vontade de simplesmente fechar os olhos e ficar tudo branco, em paz?
Tenho tido alguns desses momentos. Achava, verdadeiramente, que o mundo era cor-de-rosa, que as flores eram sempre bonitas, que o céu era sempre azul, mas desde à uns tempos para cá, tenho vindo a aperceber-me, por experiência própria que as coisas não são assim. Afinal as flores morrem, afinal o céu também é negro, afinal as pessoas de quem mais gostamos também nos desiludem. E não, não é o tempo que apaga todas as imagens que temos na cabeça, não é o tempo que apaga palavras ditas ao ouvido ditas no meio da multidão, não é o tempo que apaga momentos, esses momentos jamais se apagam, ficam connosco para sempre. E quanta vontade temos nós de chorar quando tudo isso vem ao nosso consciente, quanta vontade de correr sobre a areia gelada pela água...
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