quinta-feira, 23 de abril de 2015

Indecisões

Olho para ti e consigo amar-te mais do que me amo a mim mesma. Mas tu ainda não a esqueceste, nem o vais fazer. A presença dela atormenta-me todos os dias e por mais que to diga, continuas, como se nada fosse, como se fosse importante para o mundo seres cordial e simpático com toda a gente. Mas ela não é toda a gente! Ela é o teu passado e continua a vir ao teu presente, de forma mesquinha e ordinária, marcar presença. Ela faz questão de dizer que ainda existe e tu fazes questão de lhe mostrar que ela ainda existe para ti. Respondes-lhe, mesmo depois de todo o reboliço passado, mesmo depois de ela ter feito de ti “gato-sapato”. Ainda assim, consegues ser a pessoa mais compreensível do mundo e deixas que ela entre e saia da tua vida quando quer. Ela fala contigo e tu respondes. Ela não fala e tu não te importas. Ela volta a falar e lá estás tu cordialmente simpático a responder como se fosse super importante o facto de ela finalmente te estar a falar. Será que não compreendes. És incapaz de te desfazer o passado por mais que te implore, por mais que isso nos destrua e todos os dias me deixe cheia de medos e inseguranças, não pelo facto de não saber o que sentes por mim, mas pelo simples facto de ela não te ser indiferente e não te conseguires desapegar dela, de nem sequer não lhe responder, de fingir que ela nem existe. Não sou pessoa de indecisões, sempre fiz as minhas escolhas e não vou estar com uma pessoa que simplesmente não quer entender o facto de alguém estar sempre a marcar presença na nossa relação, de se querer fazer notar, de entrar, questionar, parabenizar e fazer o que quer sabendo que respondes. Não sou segunda escolha, não sou a outra, não sou a pessoa que tem que compreender o facto de a ex ser assunto presente. Ex é assunto passado e é lá que tem que ficar.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Todas as coisas clichês do amor

Ao longo da vida, são inúmeras as vezes que nos apaixonamos, julgando ser amor eterno, a paixão perfeita, os planos imaturos perfeitos. São inúmeras as vezes que prometemos coisas que jamais vamos conseguir cumprir por uma paixão passageira.
Amor verdadeiro, esse só há um.
Aparece quando menos esperas, provavelmente quando tens a vida virada do avesso: por isso não esperes que seja tudo um mar de rosas, porque não é. Mas então chega esse teu amor, não pede licença para entrar e arrebata o teu coração. Deixa-o acelerado e arritmicamente anormal. Não estás minimamente preparado para que alguém entre assim na tua vida e no primeiro impacto pode causar algum medo, alguma repulsa dentro de ti por não saberes lidar com ele.
Como todos os amores clichês, amar não chega, amar outra pessoa faz transbordar o amor que tens por ela, vês-te a dizer e a fazer coisas que jamais te verias a fazer por ser demasiado lamechas ou mesmo constrangedor (quantas vezes não olhas para a mãe dele e pensas "obrigada querida sogra por fazer alguém que amo tanto!"...isto é mesmo constrangedor). Tens tendência para te rebaixar porque olhas para ele e tem tudo de perfeito, é como se aqueles modelos das estilistas parecessem todos cães rafeiros ao pé dele (e parecem!), e tu és só isto, olhas para o espelho e não vês nada de especial (mas afinal o que é que ele vê em mim?!). Amor também é superar muitas dificuldades que a vida traga, amor é estar a 2000km e transformá-lo em horas de Skype, é apreciar as melhores coisas da vida ao lado da pessoa que amas, é não ter medo de chorar de saudade, é conhecer todos os cantos do corpo de uma pessoa, amor é conhecer o outro lado da moeda, aceitar o passado e tudo o que essa pessoa traz de bom e mau consigo.
Quando penso em amor verdadeiro, lembro-me de ti e não esqueço tudo o que nos separa porque isso é um pormenor tão pequeno comparado com as noites que durmo no teu peito.
Amo-te.

domingo, 8 de março de 2015

Todo o amor para ti.

Não tenho nada para te oferecer.
Não visto marcas, não tenho sapatos, nem malas caras. Uso perfumes genéricos e pinto o cabelo em casa. A minha conta não chega aos três dígitos. Vivo numa casa pequena mas humilde, Há anos que não passo férias por ter que trabalhar para ter a minha própria independência. Não tenho pais que me paguem a carta de condução ou me comprem o telemóvel de ultima geração. Tenho pais que trabalham todos os dias para no final do mês termos comida na mesa e pagarem as contas a horas. Tenho pais que têm o sexto ano de escolaridade e fazem horas extra para me pagar as propinas. Não gasto dinheiro em coisas desnecessárias ou só porque sim. Tenho uma família disfuncional que nunca se entendeu. Tenho o mesmo computador há seis anos que estimo como estimo a minha vida. Não vou todos os jantares de curso para que a minha mesada chegue até ao final do mês.
Não tenho nada material para te oferecer. Nunca te vou conseguir oferecer prendas caras, nem levar-te a jantar ao restaurante mais caro da cidade.
Mas com toda a certeza, tenho todo o meu amor para te oferecer. Tenho beijos e abraços apertados que te deixam vermelho de não conseguires respirar. Tenho noites abraçada a ti e filmes no sofá com uma pequena manta a cobrir-nos as pernas. Tenho o meu medo e as minhas inseguranças. Tenho passeios pela margem do Mondego ao pôr do sol.  Tenho toda a minha atenção para te dar. Tenho toda a paciência do mundo para esperar por ti enquanto estás fora. Tenho carinho, compreensão e todo o apoio para te dar.Tenho o meu ventre, onde um dia carregarei um filho teu, tenho o meu dedo, onde um dia colocarás um anel que simbolizará o nosso amor eterno. Tenho uma vida longa e cheia de alegria. Tenho noites de inverno contigo e o nosso chocolate quente. Todo o meu corpo, todo o meu corpo para te entregar. Sou tua. (De quem poderia mais ser?)
Tenho o meu amor, todo o meu amor.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Calcanhar de Aquiles

Conhecemo-nos numa altura em que julguei que teríamos uma história de amor digna de um livro escrito por alguém com a capacidade de expressar tudo o que sentiríamos por palavras.
O que tivemos foi realmente maravilhoso mas durou tão pouco que mal contei os dias em que o teu sorriso era tudo para mim.
Os nossos caminhos separaram-se, começámos novas vidas, fomos mantendo um escasso contacto e ao fim de ano, as nossas vidas voltaram a cruzar-se.
Jantámos, conversámos, passeámos juntos, parecia que nunca nos tínhamos separado, mas a verdade é que tinha passado um ano e tanta coisa tinha mudado...principalmente eu. Estava fria, agoniada depois de tanto sofrimento e acabei por descarregar em ti. Mais uma vez os nossos caminhos se separaram. Começava a questionar-me se realmente estes reencontros valeriam a pena; se depois de dias e semanas maravilhosos era justo sofrermos por nos separarmos.
Meses mais tarde as circunstâncias voltaram a surpreender-nos e a juntar-nos uma e outra vez.
A ultima vez que os nossos caminhos se juntaram foi intensa, houve acontecimentos e troca de palavras mais importantes do que qualquer outra vez e achei que talvez fosse a altura certa de nos acertarmos de vez, de nunca mais nos separarmos, mas depois de nos conhecermos tão bem, de tantos acontecimentos passados, voltou tudo a desabar. Foi a separação mais dolorosa, mais angustiante, mais árdua, talvez porque sentisse que fosse a definitiva que eu temia que um dia chegaria.
Talvez esteja na hora de termos destinos e caminhos diferentes, de não termos mais separações dolorosas, chegou a hora de pôr fim a tudo o que alguma vez fomos.
A verdade é que sempre que te vejo é como se nunca te tivesse deixado de ver, esqueço todos os defeitos que a nossa relação tem e quero-te de volta. Quero de volta os teus beijos, o teu sorriso, o teu cheiro na minha roupa...principalmente o teu cheiro, que é tão teu. A verdade é que és o meu Calcanhar de Aquiles, a minha fraqueza, a minha vulnerabilidade e por mais pessoas que passem pela minha vida, tu estarás sempre presente, como se nunca tivesses saído.

sábado, 16 de agosto de 2014

Desculpa-me.



Escrevo-te a ti, porque depois de tanto tempo já não me ouves. As minhas palavras de socorro apenas vagueiam na minha cabeça e tu nem vês. Peço, desesperadamente, que me resgatem para ser alguém feliz.
Amo-te como nunca amei ninguém, mas ao longo de um ano percebi que amar não chega, que presentes como forma de desculpa não chegam e depois de tantas discussões, de tantos berros, de tantas pedras arremessadas...estou cansada. Sinto-me esgotada e não sei o que fazer.
Não posso fazer-te mudar, mas eu mudei. Perdi o meu sorriso genuíno por mais feliz que tente ser contigo. Perdi os meus amigos que tanto adorava. Perdi o meu nariz enpinado e o meu caminhar confiante pela rua achando-me superior a toda a gente. Perdi os meus momentos de descontração, de sair só por sair, beber uns copos e voltar para casa descalça. Perdi-me a mim, neste mundo tão pequeno e hoje envergonho-me do que sou. Já não me sinto bonita, olho para mim e a única coisa que vejo é um olhar cansado. Perdi a minha coragem, neste momento tenho medo de tudo, já não sou aventureira e o espírito livre ficou para trás, muito lá atrás onde já não o consigo ver. Queria tentar mostrar-te o quão estou sufocada, encurralada entre quatro paredes que vão encolhendo cada vez que discutes comigo.
Desculpa-me. Desculpa não conseguir ser feliz ao lado de quem amo, mas amar não chega e antes de te amar a ti, tenho que me amar a mim, e há tanto que me olho ao espelho e não o consigo fazer.
Já não conversamos, arremessamos tudo o que temos à cara um do outro como se isso melhorasse o que temos cá dentro. Eu errei muito, nunca fui perfeita, nunca pedi para o seres. Sempre tentei remediar os meus erros e não voltar a cometê-los, tu não o fizeste comigo. Sempre testaste os meus limites até ao fim e de todas as vezes que te tento mostrar o quão sufocada estou, dizes que me amas quando para mim isso já não chega. Preciso de atitudes. Preciso que me libertes e tu nunca o vais fazer por mim. Sabes porquê? Vives em demasia a olhar para os meus defeitos sem conseguir olhar para os teus.
Desculpa-me por termos tido momentos tão maravilhosos mas só isso não chegar, porque já nada disso é genuíno. No meio de tudo, escrevo-te para entenderes que és uma pessoa que admiro, que és uma pessoa maravilhosa. Mas desculpa-me. E liberta-me.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Confiança é amor.

A desconfiança é algo que cresce, todos os dias, dentro das pessoas que não acreditam em si próprias, que não acreditam no que podem ou conseguem fazer. Cresce a cada momento que falham, em cada momento em que perdem. Cresce com a sua amplitude de raiva ou diminui consoante a sua segurança.
Numa relação, a desconfiança cresce dentro de todos os sinais inviseis que possam pôr em perigo a relação, cresce de um simples olhar na rua para a direção errada, no momento errado, cresce de uma chamada de um numero desconhecido ou de um passado que atormenta a cada momento.
O difícil, numa relação, é a confiança, é a conquista da confiança, todos os dias, desde o momento em que se acorda, ao lado da pessoa que amamos, até ao final do dia, quando nos voltamos a deitar com ela.
O difícil, é manter alguém que nos ame e que confie em nós, alguém que, no final do dia, confie em nós com toda a segurança, mas que também consiga dizer que nos ama, sem medos, sem tormentos.
Aprendi que amar e confiar são palavras que realmente só podem ser conjugadas quando o amor é suficientemente forte para ultrapassar todas as metas e barreiras, que só é possível quando duas pessoas falam sem preconceitos, sem medos de serem julgadas.
Confiança é amor, é amizade.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Gosto de flores.

Eu gosto de flores. Gosto das flores que me dás com aquele cheiro tão intenso.
Gosto de presentes. Aqueles que me ofereces com todo o teu amor.
Gosto da tua presença. Gosto da tua presença quando sinto o teu cheiro pela manhã, Gosto da tua presença quente com o frio a passar nos espaços que sobram entre o teu corpo e o meu. Gosto da tua presença no escuro de uma sala. Gosto da tua presença quando agarras na minha mão e a entrelaças com a tua.
Gosto de ti. Gosto quando me agarras com força. Gosto quando não me deixas escrever para me poder beijar. Gosto de rotinas contigo. Gosto do teu jeito sem jeito. Gosto que te vás embora e eu fique com o teu cheiro na minha pele, faz-me pensar que és tão permamente que nem uma caneta que teima em sair. Gosto que sejas chato. Gosto que insistas comigo para acordar. Gosto que gostes de mim rabugenta, a chorar, a rir, a soluçar, de mau humor, assim assim, contente, triste, divertida.
Gosto que não saibas cozinhar.
Gosto de cozinhar para ti, de saber que estás a saborear aquela refeição com tanto prazer e saber que fui eu que a preparei para ti.
Gosto de fazer amor contigo. Do teu corpo no meu. Das nossas almas e corpo unidos como se fossem um só, como se fossemos os unicos no mundo.
Gosto dos nossos planos. De planear o futuro, viagens, jantares e vivermos na expectativa de que tudo se vai realizar.
Gosto do teu corpo. Dos teus ossos salientes, do teu peito (depilado ou não), das tuas pernas com mais resistencia que as minhas, dos teus braços, do teu pescoço comprido e esquio. Do teu sorriso, genuíno.
Gosto do frio quando estou contigo porque sei que dás a tua camisola.
Gosto da solidão porque sei que vens sempre ao meu encontro onde quer que esteja, seja a que hora for.
Adoro romantism, gosto até de rotina porque é sempre tão bem vivida contigo.
Com amor,
da tua amada.