Já pensei na vida de tentas formas.
Já pensei em viver tudo tão intensamente, já pensei em estagnar, em, simplesmente, viver, deixar viver, deixar acontecer. Já tive vontade de desaparecer, não ter vida, ter pedaços de nada.
Dou por mim a imaginar como seria se fosse outra pessoa, com outra forma, com outras roupas, com outro cheiro. Dou por mim a imaginar se as pessoas me olhariam de maneira diferente se agisse de outra maneira, se tivesse o cabelo mais comprido ou roupas mais caras ou mesmo mais bonita.
Há momentos em que tenho medo, tenho medo de estar aqui, de assistir a tudo, de ter de viver tudo. Erros e desilusões ensinam-me como viver melhor mas põem-me num medo constante de voltar a viver o mesmo. Tenho medo e não me envergonha dizê-lo. Não me envergonha dizer as desilusões que passei, não me envergonha dizer os erros que cometi.
Às vezes, só queria que alguns momentos se prolongassem mais, que eu pudesse viver as coisas que mais gosto durante mais tempo, não que elas se apaguem da minha memória, mas para as poder saborear, para as poder sentir mais e mais. Quero passar mais tempo a olhar para o mar, a ver como se forma a espuma das ondas. Quero passar mais tempo a olhar para os teus olhos, para as linhas do teu corpo, contar os teus sinais. Quero estar mais tempo deitada sobre a relva a ver os pássaros voar sem destino. Quero estar contigo, quero muito estar contigo e prolongar esse momento para sempre.
Dou por mim a pensar se me olharias de outra forma se tivesse um corpo mais desenvolvido, se não fosse eu. E o problema for eu, não quero estar presente, ao teu lado, a ver-te ir embora.
Já pensei em viver, em desistir, em deixar viver. Agora? Agora quero estar aqui.
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