Todos os dias conheces pessoas. Seja a tua vizinha do lado, o novo empregado do café habitual, seja nas redes sociais. Conheces. Mas não convives. Elas apenas existem ao teu olhar, se um dia acontecer alguma coisa, és capaz de reconhece-las: pela forma como caminham, pelos ténis de marca que costumam usar, pelas feições.
Outras vezes conheces e convives. Tornam-se típicos conhecidos ou amigos com quem vais apreciar um dia de praia, com quem jogas à bola às quintas à noite, com quem te divertes ou a quem apenas saúdas todas as manhãs a caminho da escola.
E ainda há outras em que conheces alguém e esse alguém permanece na tua cabeça. Permanece nas entranhas mais profundas do teu corpo. Sabes? Aquela pessoa que está sempre no teu pensamento seja em que ocasião for. Aquela a quem conheces a roupa o cheiro, o modo de andar, de agir, os sinais que tem no corpo. Aquela pessoa com quem imaginas um futuro daqui a 10 ou 15 anos. Aquela pessoa que imaginas que daria a pessoa ideal para ti e que estaria disposta a ir para África contigo só porque gostas de girafas. Irónico, não é? Muitas vezes, conheces aquela pessoa e imaginas mundos e fundos com ela.
Ouvi dizer que se chama amor. Conhecer alguém e desejá-la. Desejá-la com todas as forças. Querer acordar com a cabeça sobre a sua almofada. Olhá-la e sentir um misto de emoções fortes pelo corpo. Não. Não são borboletas. É mais forte. Não faz cócegas. Aperta! É ter o abraço dela como uma zona do conforto. É saber distinguir os passos dela no meio de uma multidão. É saber que o dia com ela nunca acaba. É não ter preconceitos por mais nua que esteja. É tornar os defeitos dela em coisas com que te possas rir e fazer rir. É saber aceitar. É saber dar e partilhar.
E enquanto escrevo isto sei perfeitamente quem permanece na minha cabeça.
Tu sabes quem permanece na tua?
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